Boa tarde, senhor. Já é quase boa noite. É, verdade.
Eu estava pensando, sabe?
Quero uma poesia mais simples.
Sem contagem de verso, sem rima obrigatória, sem muita intensidade, só com uns cadinhos grandes de coração bom mesmo.
Quero uma poesia de correr sem conseguir parar, de riso que não consegui prender, de sorriso que faz os moços chamarem pra dançar, que faz as crianças dançarem ciranda.
Uma poesia, nem a poesia.
Poesia que pousa no coração.
Poesia delicada que nem o soprar de um fogo pequenininho, de sair a fumacinha bonita e rodopiante.
Poesia que faz a gente ouvir uma música bonita no pé do ouvido da imaginação.
Poesia de fugir do pôr do sol pra ter mais tempo pra brincar.
Como assim já é bom dia? Passei a noite toda sonhando, senhor?
Desculpe, então, bom dia.
Então, me vê um café pra eu ver a fumacinha subir.
Esse café tá frio. Faz de conta que você bota pra esquentar de novo.
Obrigada.
Bonita fumacinha.
Pronto, agora vamos brincar de outra coisa.
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