segunda-feira, 9 de maio de 2016

Pardon, ami.

Não diga que não tive coração,
Pois que minha mente agiu sob intenções que não entendia.
Para que a razão de analisar-te a alma
E tomar-lhe os sentimentos, se não pude distinguir o que sentia?

Perdoe-me, amigo.
Perdoe-me por não me conhecer o suficiente para não lhe ferir.
Perdoe-me por não perdoá-lo.
Perdoe-me por não perdoar-me.

Sou Atlas e o mundo de culpa recai-me aos ombros.
Anseio pela vida em que eu me estabilize,
Em que eu me perdoe,
Em que eu entenda o amor em sua verdadeira face.

Não lhe peço que me ensines a amar,
Não lhe peço que faça nada por mim,
Pois que não o mereço.
Peço apenas, amigo, que me perdoe.

Pardon. Je suis désolé, ami. Pardon.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

não sei por onde começar

não está tão frio assim
tenho algumas ideias na cabeça
não sei por onde começar de novo
começo por você porque já é de praxe
sempre foi mais fácil especular sobre o dentro do outro do que sobre o nosso próprio dentro

você é só olhar
aqueles olhos grandes cheios de coração remexido e guardado
não sou nem doida de tentar arrumar
prefiro dançar nesse salão bagunçado
até as coisas irem pro lugar com o vento dos meus rodopios

eu tinha saudades quando não te via
não lembro dos nossos planos
mas a gente se acha
mesmo depois de uma tarde por aí
ou uma noite por aqui
embaixo das estrelas que caem sobre nossas faces

há uma mensagem nelas
eu não consigo ler
talvez não estejam caindo