Veio aquele grupo de meninos da escola fazendo um estardalhaço típico. Daqueles que a gente até atravessa a rua se não for parte do grupo. Quem se mistura com porco, farelo come, já se diz.
Um cacheado pegou um graveto e saiu tocando bateria pelo caminho até encontrar para ele uma função mais palpável. Cimento molhado. E lá tem coisa melhor pro moleque marcar? Do lado de umas patinhas de cachorro desavisado, pegou seu galho como se fosse uma varinha mágica e registrou como se fosse a coisa mais simples e óbvia. Não foi seu nome, assinatura ou um desenho entre as milhares de possibilidades. Escreveu "fé" como se achasse ser o que melhor compreendia.
Talvez fosse fanático demais, embora não parecesse. Às vezes, simplesmente compreendia a fé melhor que carolas. Ou até poderia ser uma mensagem para quem passasse. Palavra aleatória, quem sabe.
Pergunto-me se alguém há de reforçar o cimento ou mesmo deixar aquilo ali para um monte de outras pessoas acharem que é um lembrete. Nada disso parece assim tão importante, mas um cronista acha inusitado até o jeito que uma folha cai, que dirá uma palavra escrita na calçada.
Maria Clara L.
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