Não o conheço.
Meus olhos não o conhecem de forma alguma.
Ainda assim, meu corpo reage a tua presença,
A tua simples menção e memória.
Engano-me e justifico em vulgaridades,
Afinal ainda é dia para querer-lhe.
Distraio-me e pisco.
Oh, quão grata sou a este movimento involuntário e esclarecedor.
Com os olhos fechados tudo se torna claro:
Não lhe conheço o corpo.
Eu lhe conheço a alma.
Por: Maria Clara L.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Mergulho
Os férteis sais em meus olhos
Multiplicam o oceano que contenho.
Afundo no impensável e não me molho,
Entristeço sem mudar o cenho.
O céu é pura rocha,
Impenetrável é o meu lugar.
O mar me aclama,
E eu sou Ismália.
Todos os sorrisos são tristes,
Tenho medo de todos os corpos.
Ainda mais aversão pela alma do forte.
Nunca senti nada real,
E o tom denuncia o fatal:
Apenas vivi enquanto estava na morte.
Por: Maria Clara L.
Multiplicam o oceano que contenho.
Afundo no impensável e não me molho,
Entristeço sem mudar o cenho.
O céu é pura rocha,
Impenetrável é o meu lugar.
O mar me aclama,
E eu sou Ismália.
Todos os sorrisos são tristes,
Tenho medo de todos os corpos.
Ainda mais aversão pela alma do forte.
Nunca senti nada real,
E o tom denuncia o fatal:
Apenas vivi enquanto estava na morte.
Por: Maria Clara L.
domingo, 7 de dezembro de 2014
Poço de Tinta
Triste é a caneta que não faz poesia,
Que não faz arte ou que não cria.
De nada vale cem páginas,
Dez provas zeradas ou uma questão.
Caneta que não produz expressão
Copia e se reduz,
Se fere, se acaba,
E morre sem luz.
Que não faz arte ou que não cria.
De nada vale cem páginas,
Dez provas zeradas ou uma questão.
Caneta que não produz expressão
Copia e se reduz,
Se fere, se acaba,
E morre sem luz.
Lânguida Infante
Olhos mascarados com doce languidez,
Corpo e compostura que atua e insinua.
O orgulho se remonta em altivez
E a pulsação desconta: "Sou tua, sou tua".
Seus lábios vertiginosos de criança que mente
Negam até o fim sua condição de amante.
Ocultam a angústia corrente
De seu pequeno coração infante.
Até mesmo olhar singelo
De suposta compreensão
Se transforma em megaevento
Na vida de que conhece a solidão,
Por suas paixões, insinuou-se ardilosa
Meninice convertida em tentação ruidosa
Com seus impulsos contidos por teimosia juvenil
Tanto fez que aos desejos e vícios o outro sucumbiu.
Por: Lucia Cordato
Corpo e compostura que atua e insinua.
O orgulho se remonta em altivez
E a pulsação desconta: "Sou tua, sou tua".
Seus lábios vertiginosos de criança que mente
Negam até o fim sua condição de amante.
Ocultam a angústia corrente
De seu pequeno coração infante.
Até mesmo olhar singelo
De suposta compreensão
Se transforma em megaevento
Na vida de que conhece a solidão,
Por suas paixões, insinuou-se ardilosa
Meninice convertida em tentação ruidosa
Com seus impulsos contidos por teimosia juvenil
Tanto fez que aos desejos e vícios o outro sucumbiu.
Por: Lucia Cordato
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Queria ser Flor
Não queria ser gente. Queria ser flor.
Não queria ser carne. Queria ser flor.
Não queria ser podre, adoecida. Queria ser flor.
Viver no mundo, não matar, não destruir, não ferir. Queria ser flor.
Queria cumprir minha função. Embelezar, atrair, perfumar, reproduzir, agradar, dar frutos. Queria ser flor.
Não sentir, apenas deixar. Não sofrer, nem afazer. Queria ser flor.
Ter uma vidinha que continuaria sem sentido, não me engano. Mas ser ciclo. Ciclo belo e de beleza profunda. Sem filosofias melancólicas. Queria ser flor.
Simples e suficiente. Vivo sem notar. Morro sem perceber. Me disperso, agora sou ar. Sou vento, sou mar, sou terra, sou ser.
Sou flor.
Por: Maria Clara L.
Não queria ser carne. Queria ser flor.
Não queria ser podre, adoecida. Queria ser flor.
Viver no mundo, não matar, não destruir, não ferir. Queria ser flor.
Queria cumprir minha função. Embelezar, atrair, perfumar, reproduzir, agradar, dar frutos. Queria ser flor.
Não sentir, apenas deixar. Não sofrer, nem afazer. Queria ser flor.
Ter uma vidinha que continuaria sem sentido, não me engano. Mas ser ciclo. Ciclo belo e de beleza profunda. Sem filosofias melancólicas. Queria ser flor.
Simples e suficiente. Vivo sem notar. Morro sem perceber. Me disperso, agora sou ar. Sou vento, sou mar, sou terra, sou ser.
Sou flor.
Por: Maria Clara L.
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