Não queria ser gente. Queria ser flor.
Não queria ser carne. Queria ser flor.
Não queria ser podre, adoecida. Queria ser flor.
Viver no mundo, não matar, não destruir, não ferir. Queria ser flor.
Queria cumprir minha função. Embelezar, atrair, perfumar, reproduzir, agradar, dar frutos. Queria ser flor.
Não sentir, apenas deixar. Não sofrer, nem afazer. Queria ser flor.
Ter uma vidinha que continuaria sem sentido, não me engano. Mas ser ciclo. Ciclo belo e de beleza profunda. Sem filosofias melancólicas. Queria ser flor.
Simples e suficiente. Vivo sem notar. Morro sem perceber. Me disperso, agora sou ar. Sou vento, sou mar, sou terra, sou ser.
Sou flor.
Por: Maria Clara L.
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