Talvez eu não lhe ame do jeito que você merece ser amado. Assim como, talvez, você não me ame do jeito que eu mereça ser amada. A gente é diferente a beça, a gente sabe. Mas a gente se interessa por umas coisas parecidas, e podia até correr atrás delas juntos. Também sabemos disso.
Eu quero mais de nós. Mas não precisa ser muito mais não, só o suficiente.
E pra mim é suficiente partilhar esse espaço-tempo contigo e ouvir o teu silêncio se enlaçar com o meu. Ver tuas ideias misturarem com as minhas. Falar de coisas tão profundas que a gente esquece do que tá falando e como chegou aqui. Murmurar um segredo tão bobo que chega a ser inesperado. Correr sabendo que mesmo que um se atrase, o prêmio é partilhado. Um admirar o sorriso do outro. Observar a luz do sol contra nossas silhuetas e a aura da lua contra nossas almas. Guardar esses lugares do espaço, do tempo, da memória, do momento, num lugar só nosso. Um se explodir no outro e se reconstituir. Viver mais do que lembrar. Ser e estar em partilha.
Talvez a gente se ame do jeito que merece.
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