Eu retornei à casa onde nasci e acreditei que eu ainda conhecia algo.
Não sabia onde estavam as tomadas, as paredes estavam mudadas e embora a porta do quarto, os suportes das redes, e alguns armários continuassem os mesmos, eles eram apenas objetos. não eram meus. Busquei com os olhos ávidos apenas uma coisa: minhas marcas de altura em uma pilastra. Não estavam lá. Massa corrida escondia minhas memórias. Quis chorar. Briguei comigo mesma mentalmente: que adianta bancar a não-materialista se quer chorar pela ausencia de traços de giz? Eu não tenho mais a mesma altura, nem a mesma casa, nem a mesma vidas.
Tudo muda e, um dia, assim como as memórias, toda a matéria será carregada pelo vento. Pelo tempo.
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